Literatura de boates e bêcos
{Setembro 14, 2006}
Noite controversa frio vento chuva
No rosto alguém estranho
pensando sob idéias virtuais
Times new roman 14 preta
ou arial 12
sem óculos (quebrados)
mas nos olhos nada que escape
Roqueiros universitários viaturas recifenses
loiras ou não
ônibus pontos reticências vírgulas
onde?
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animal virtual
{Setembro 14, 2006}
Já não sou um homem
Não sou um animal sociável
Sou um animal virtual, mas a palavra ainda é a minha vida, a grande expressão.
A palavra é um ícone em minha vida, onde meus olhos clicam sonhos
É tudo a mais pura imagem e ilusão, já não creio nem posso.
Onde me sinto real?
Só na frente do computador me sinto vivo.
Pois a realidade é onde me esqueço que tudo tem que ser suportado e relevado.
Só quando não sinto cheiro é que posso dizer que estou vivo, teclo e vivo.
Logo que tenho vida virtual existo!
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Colar de corais
A Cynnara James
Lágrimas frias transformadas em corais…
Ela disse toda a verdade sobre mim,
Mostrou-me o céu no vôo dos pardais
e decretou à tristeza um fim
Momentâneo instante de alegria
Logo a tristeza já ardia
O seu rosto transpirava mel
O céu a protegia em sua delicadeza
Na gruta do meu castelo
retirei da bainha um grito
e da espada o frio elo
com a morte que agora fito
Uma torre ergui para avistá-la
Aquela que um dia chegará
Só pude chorá-la entre a brisa fria do ontem
Vi bem que a morte saboreou o vexame
enquanto o coração pedia cura
Das lágrimas que perderam o calo
um colar de corais se fará
Para pesar em meu corpo
E um dia darei ao mar todo o dissabor
Ela emoldura belezas de mil ais
de morrer de amor
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Zabumba
A Carlos Augusto, amigo e poeta
Esse jogo é para dois?
Então eu quero jogar
Esta dança é para dois?
Quero dançar!
Esta macumba é pra santo?
Eu quero rezar ´´pra“ urucubaca me deixar.
E o povo se aglomera e ningúem E ninguém gosta de esperar
Então vamos dançar
As belas moças sabem como quebrar e o coração não aguenta
Vai no ritmo do remate
e no compasso da zabumba
o pobre músculo no peito
e não aceito ter que a dor enfrentar
Levanta poeira e nos copos de vinho vai a dor abraçar
O povo se aglomera e o sol já está a raiar
Mas nem é quarta de cinzas
E eu não vou deixar de ouvir a zabumba sacudir a menina a moça e a mulher
Bate acelerado coração que quer dançar
Modificada em 26 de janeiro de 2007, pois a poesia nunca está pronta
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A Adriana
Sinto meus últimos dias mais próximos
A criança em mim foge
Incompreendida, mal-amada.
O beijo se perdeu em minha boca
Quero estilhaçar a redoma de todos os santos
Rasgarei o diário e ouvirei o diabo
Que me diz para cultiva o ódio
Quero vomitar no teu caminho
Pensar em ti e não te esperar
Porque você nunca virá para mim
Agonia me vem à garganta
Vem deitar sobre mim que eu te amo demais
E nunca mais o adeus
Eu contigo no quarto
E o cheiro de tudo
Daria um ótimo desenho cômico
Quero-te, fique.
Sofra comigo, sofra
O meu suicídio covarde quer viver
Juro que quer que grite,
Que rasgue tudo o que for dor
Eu sei que vou sofrer
Eu sei o gosto do sofrimento
Eu tive sorte
Tentei conhecer você
Mas só conheci o torpor do seu perfume
E o gosto dos teus beijos.
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Desconsolo
Josi Vice
O que fazer do que sobrou de mim
do que eu era e já não sei?
Para onde me levar ou onde ficarei?
Se eu me escondo para não chorar
Para que mentir,
Se eu mesmo já não sou acredito
que ela é razão para meu coração continuar
E nessa dor vou assim quase chorando
Tentando, soprando, mentindo, e falando
do que eu jã não sei crer
Agora ela parece longe
E o Mundo não tem mais rei
O Mar não tem acompanhante
E o Sol…
Eu sei que preciso de mim.
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O último dia de minha vida
O último dia de minha vida
Será quando você vinher
e abraçar meu corpo
Você verá que eu sou só seu
Eu irei feliz aos seus braços
Você que eu sempre quis
Sempre com saudade de você
Amo tanto você
que cada dia era uma tortura
Saber que estou vivo demais para mim
Abrace meu corpo
Beije minha pele
Corra minha mente
Não me deixe só
Morte
Vem para mim
Vem