À contragosto

À contragosto

A gente respira e vive à contragosto
Café quente
Cigarro
Sonolência inebriando a mente
Pigarro
eu acordo com os lençóis ainda guardando minha nudez
Digo olá aos pássaros
Fico puto ao queimar a língua com o café quente
A meleca nos olhos
Um pouco de frio
Escovar os dentes
à contragosto
Tudo à contragosto
Eu ainda quero mesmo a cama
Aff
Uma poesia para a eternidade
À contragosto
Relembrando do gosto dos teus lábios
Que se foram
Deixando minha vida despida de vontade
Despida de sentido
À contragosto

7 de setembro 2007

Poesia de sete de setembro

Poesia de sete de setembro

Hipocrisia no almoço, no jantar
Na frente da TV
a ver marcha, a banda marcial
Independência ou morte
Pão para o povo da rua se tiver sorte
O cara desafinando no ônibus
O país das contradições
E chico ainda se faz presente do caos à lama
Porque a cidade não pára
E a fedentna se espalha
Negros nas ruas grito dos excluídos
Índios
Brancos miscigenados
A fome que não passa
O cheira-cola nas ruas
a civilização é algo que necessita de coerência
Mas eu vejo os políticos vivendo de opulência
gastando o dinheiro dos impostos
e eu pensando na vida
Enquanto meus amigos fumam maconha e bebem a noite toda
A marcha continua
deveriam estar levando a bandeira do Brasil em um caixão
Numa marcha fúnebre
Meus caros amigos, não tenho esperança
Tiraram de mim até isso
em algum carnaval
Independência
democracia sob corrupção
Fogo saindo de armas
Pátria parida entre matas e gentes
Os tempos mudam mas eu sinto que muita coisa continua
E ninguém faz nada

Poemas de diversas datas

Literatura de boates e bêcos

{Setembro 14, 2006}

Noite controversa frio vento chuva

No rosto alguém estranho

pensando sob idéias virtuais

Times new roman 14 preta

ou arial 12

sem óculos (quebrados)

mas nos olhos nada que escape

Roqueiros universitários viaturas recifenses

loiras ou não

ônibus pontos reticências vírgulas

onde?

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animal virtual

{Setembro 14, 2006}

Já não sou um homem

Não sou um animal sociável

Sou um animal virtual, mas a palavra ainda é a minha vida, a grande expressão.

A palavra é um ícone em minha vida, onde meus olhos clicam sonhos

É tudo a mais pura imagem e ilusão, já não creio nem posso.

Onde me sinto real?

Só na frente do computador me sinto vivo.

Pois a realidade é onde me esqueço que tudo tem que ser suportado e relevado.

Só quando não sinto cheiro é que posso dizer que estou vivo, teclo e vivo.

Logo que tenho vida virtual existo!

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Colar de corais

A Cynnara James

Lágrimas frias transformadas em corais…

Ela disse toda a verdade sobre mim,
Mostrou-me o céu no vôo dos pardais
e decretou à tristeza um fim
Momentâneo instante de alegria
Logo a tristeza já ardia
O seu rosto transpirava mel
O céu a protegia em sua delicadeza
Na gruta do meu castelo
retirei da bainha um grito
e da espada o frio elo
com a morte que agora fito
Uma torre ergui para avistá-la
Aquela que um dia chegará
Só pude chorá-la entre a brisa fria do ontem
Vi bem que a morte saboreou o vexame
enquanto o coração pedia cura
Das lágrimas que perderam o calo
um colar de corais se fará
Para pesar em meu corpo
E um dia darei ao mar todo o dissabor
Ela emoldura belezas de mil ais
de morrer de amor

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Zabumba

A Carlos Augusto, amigo e poeta

Esse jogo é para dois?
Então eu quero jogar
Esta dança é para dois?
Quero dançar!
Esta macumba é pra santo?
Eu quero rezar ´´pra“ urucubaca me deixar.
E o povo se aglomera e ningúem E ninguém gosta de esperar
Então vamos dançar
As belas moças sabem como quebrar e o coração não aguenta
Vai no ritmo do remate
e no compasso da zabumba
o pobre músculo no peito
e não aceito ter que a dor enfrentar
Levanta poeira e nos copos de vinho vai a dor abraçar
O povo se aglomera e o sol já está a raiar
Mas nem é quarta de cinzas
E eu não vou deixar de ouvir a zabumba sacudir a menina a moça e a mulher
Bate acelerado coração que quer dançar

Modificada em 26 de janeiro de 2007, pois a poesia nunca está pronta

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A Adriana

Sinto meus últimos dias mais próximos
A criança em mim foge
Incompreendida, mal-amada.
O beijo se perdeu em minha boca
Quero estilhaçar a redoma de todos os santos
Rasgarei o diário e ouvirei o diabo
Que me diz para cultiva o ódio
Quero vomitar no teu caminho
Pensar em ti e não te esperar
Porque você nunca virá para mim
Agonia me vem à garganta
Vem deitar sobre mim que eu te amo demais
E nunca mais o adeus
Eu contigo no quarto
E o cheiro de tudo
Daria um ótimo desenho cômico
Quero-te, fique.
Sofra comigo, sofra
O meu suicídio covarde quer viver
Juro que quer que grite,
Que rasgue tudo o que for dor
Eu sei que vou sofrer
Eu sei o gosto do sofrimento
Eu tive sorte
Tentei conhecer você
Mas só conheci o torpor do seu perfume
E o gosto dos teus beijos.

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Desconsolo

Josi Vice

O que fazer do que sobrou de mim
do que eu era e já não sei?
Para onde me levar ou onde ficarei?
Se eu me escondo para não chorar
Para que mentir,
Se eu mesmo já não sou acredito
que ela é razão para meu coração continuar
E nessa dor vou assim quase chorando
Tentando, soprando, mentindo, e falando
do que eu jã não sei crer
Agora ela parece longe
E o Mundo não tem mais rei
O Mar não tem acompanhante
E o Sol…
Eu sei que preciso de mim.

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O último dia de minha vida

O último dia de minha vida
Será quando você vinher
e abraçar meu corpo
Você verá que eu sou só seu
Eu irei feliz aos seus braços
Você que eu sempre quis
Sempre com saudade de você
Amo tanto você
que cada dia era uma tortura
Saber que estou vivo demais para mim
Abrace meu corpo
Beije minha pele
Corra minha mente
Não me deixe só
Morte
Vem para mim
Vem

poetry

Em retalhos

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O amor nunca está completo
Cada vez mais pede um pedaço
Eu vou cedendo o espaço
O amor nunca me deixa completo
Vai fazendo de mim uma rede de retalhos
O amor nunca me deixou completo
Nunca cedeu aos meus caprichos
Eu que obedeço a sua trilha
O amor nunca me deu companhia
Pesam em minha lembrança as dores da paixão
O amor nunca me deu a mão
O amor nunca me fez completo
Sempre peço asilo
Sempre peço solidão
Tentando correr sozinho nessa vasta paisagem de desolação
O amor tirou e mim o perdão
O amor sempre apareceu com um nome de paz
Mas me deu selos de guerras
E me fez ver o novo mundo cedo demais
O amor me deixou em pedaços
Jogado ao mar
Meu corpo em sargaços

07:05 h.
04-01.2007

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Bem alto

Quem sabe você não erre
Que sabe você não tropece
Eu só quero estar bem alto
Não como uma águia
Apenas como um sonhador
Bem perto do céu
Mas não o céu da igreja
Ou de qualquer religião
Quem sabe você é amado
Quem sabe você é perdoado
Eu só não quero cair
Quando estiver bem alto
Bem perto do céu
Ao descobrir que tudo é ilusão
E não poder suportar esse peso
Tudo era ilusão…
Bem alto e simplesmente pesado
Senti o vazio do ar
Em algum lugar perto de você
Bem alto, mas era ilusão.
Quando encontrei você

***
Oito de novembro de 2006

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Assim que é

É assim que eu sou meu bem!
E se você me acha louco demais
Não ache que isso dói em mim
Porque quando você vier com aquela conversa
De querer dar um tempo em nós dois
Descobrirá que eu já acabei faz tempo
Eu não sou de esperar por meias verdades
Prefiro fumar o meu Marlboro
A chutar lata por aí
Não arrastarei pelos cantos o meu coração
Segurado por uma cordinha para vê se alguém apanha
Para que eu possa sentir alguém perto de mim
Eu não preciso de você aqui
Já enchi a cara, a ponto de esquecer de mim.
Estranhei todo mundo e hoje eu não estou afim
É assim que é!
Vou ouvir um pouco de Chico Buarque,
Sentar na calçada, igual à semana passada.
Como se não houvesse vida, para eu viver.
Lendo Ginsberg, e sabendo que antes do fim.
Vem um anoitecer

21/12/2006
8:10 h

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Street Boy

Um garoto de calçada
Com aquela sabedoria de calçada
De sentir o vento levantando poeira
E de sorrir, vadio, entre os amigos.
Falando de qualquer coisa
Porque tanto faz
Eu ainda tinha um pouco de bondade
Hoje eu olho desconfiado
Antes eu simplesmente tinha medo dos que passavam
Hoje eu tenho raiva,
Receio, agonia e náusea.
Mas hoje eu não me iludo mais com aquele falso conforto
Eu sei que não vale a pena mais
Eu sei que é tudo falso
Que não há nada para mim
Mas ainda estou sentado
Incomodado, mas sentado.
Como se fosse algo satisfatório
Quando eu não me sinto nem sequer vivo
Mesmo ao seu lado

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Único

Só um lugar para ler um bom livro
Redescobrir o prazer da leitura
Como antes
Que até no balanço do ônibus eu viajava
Para outros lugares
Como se não fosse parar mais de beijar aquelas palavras
Quero um lugar para poder sentir o prazer de um livro inteiro de Pessoa
De uma vez consumindo o meu ser
Longe da multidão
Escondido entre a vegetação de palavras
Entre os ramos secos, espinhosos.
E entre os ramos verdejantes de cada rima
De cada verso escrito e lido
Como se tudo fosse escrito a partir da minha leitura
Saudade de descobrir no mundo longe da carne o prazer do devaneio
Os pecados da carne somem diante do texto
Eu escrevo e sumo diante do papel
Ou da tela ou do livro que leio
Reescrevendo com minhas idéias
Com a tinta dos pensamentos

19 de dezembro de 2006

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Âmago

Os insetos vão procurando a luz
Envolvem-na, aquecendo-se
E vão morrendo aos poucos
Suas asas caem
Como as dos anjos caídos daquele céu de plástico
Os poetas são loucos que se alimentam de fantasia
Iludindo com palavras repetidas
Com frases que muitos escreveram de outra forma
Ser poeta é isso
Viver de correntes
Os poetas não têm razão
A única certeza é a do abraço do suicidas
Secos de vida e de luz
Como insetos e anjos caindo
As linhas vão aceitando os versos
Os olhos também e ou ouvidos
Um dia as asas dos santos serão erguidas aos céus.
Só uma certeza debaixo do sol:
A noite vem com lençol fechar meus olhos
Frio…

19 de dezembro de 2006

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Lembre de mim

A Cynnara James

Não mais escrverei que és bela
Escrever-te-ei mais que rima
Mais que vã sensação
O bom é viver o caminho
e se precisar de companhia
Sirva-se de minha presença
Já tens minhas orações de viva em paz
e fique bem
Em mim estás entre um beijo e um abraço
Entre o amor e o seu laço
Entre a bondade e um sorriso
Realmente me fazes sentir bem
És o motivo do meu sorriso mais bobo
Porém o mais feliz
Nas estante das minhas companhias
deixastes pouco espaço aos demais
não há mais espaço para quem quiser chegar
e ainda beijarei a tua boca
mesmo não sem do de bom tom roubar um beijo
Ainda te sentirei bem perto
ainda tirarei teu batom
e se for leviano
use a tua mão em meu rosto
Ainda beijo a tua boca
rio em minha visão
que chama outro rio
então lembrai de mim
Que boca!

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Século errado para ser feliz

Sinto ser do teu desagrado
e é tão fútil a minha dor
Não h´aoutro desgraçado
mais contente por morrer de amor
se é para chorar, eu choro,
imploro, afogo
jogo pedras ao mar
Drummond e Cabral partiram para o céu dos poetas
e tenho pouco feijão a catar
Faço tudo o que posso para que a arte em mim possa provocar
Depois da porta vem o portão
e depois da vida vem o caixão
e não choro não
E minha mãe diz: ´´-Seja feliz!“
Oh, mãe…

Tudo ok nesse mundo nu

Tudo ok nesse mundo nu

Não é verdade que as estrelas caem do céu
Não é verdade que as nuvens são desenhos no céu
Não é verdade que o amor é lindo
Não é verdade que os homens são desumanos
Porque tudo que eles fazem humano é
O homem não é sagrado e nem semideus
O homem é só mais um mundo vertido nesse mundo nu
Tudo ok nesse mundo
O homem continua matando sem precisar
O homem continua fazendo guerra
O homem sempre foi um animal curioso demais
E eu nunca disse que abençoado seja o homem como rei dos animais
Eu sei que tudo que eu digo pode ser mentira e só falsa conclusão
Mas eu não troco minha verdade pelo que eu não sinto no coração
Eu sou rei do mundo que eu criei e vou cantando rock´n´roll
Como o Rei cantou
Fumaça saindo da minha boca sem saber
E eu falando poesia como se fosse poeta e profeta
Viva o mundo nesse momento cru
Tudo ok nesse mundo nu

16 de agosto de 2007

Josi Vice

Poesia da fera

Poesia da fera
18 de Agosto de 2007

Eu não quero mais nada além de me rasgar
além de me prostituir e não dever nada
Porque de meu corpo cuido eu
e eu ia ir muito além
Coração e poesia entregues
Minha alma sente a dor de não estar além
eu quero me entregar como uma prostituta
que gosta de ser prostituta
eu quero o meu corpo entre milhões
E estar completamente entregue ao desejo de me libertar desse pudor
cansei de ser simplesmente diferente
Sem ao menos estar realmente enojado e desafiador
eu quero é o que há de mais forte
quero o excesso

Josi Vice

Quando o escuro chegou

Quando o escuro chegou
(7 de outubro 2007)

Vem tomar no cu comigo
Vamos fazer teatro no escuro
Vem ouvir as lamentações dos mais ricos
Vem falar de amor
quando eu estou bem do teu lado te amo
Quase chorando de tanta dor
Mas ninguém leva a sério
é moda ter depressão
E ninguém acredita
Mas eu não quero que acreditem ao verem meu corpo nu
Jogado em um terreno baldio
Lave-me e leve-me daqui
Se quer cuidar de mim
Leve a depressão embora
Não posso ficar
Tenho que voltar para os meus carrascos
Para onde eu deveria chamar de lar
Já não vejo a aurora
O crepúsculo prendeu minha atenção
Jesus traiu Judas

josi vice hand in face