A poesia da minha lápide

A poesia da minha lápide

31 de julho de 2007
Autor Josi Vice

Eu peço uma poesia que não se cale
Uma poesia que nunca morra
Mesmo quando eu me calar
Eu quero uma poesia tão séria e tão viva
Que possa tocar como um golpe a quem ler
Eu quero a poesia como um golpe de espada
eu quero a poesia como uma lágrima
Eu quero a poesia como eu quero
E eu quero essa poesia
Como uma lápide
quando eu puder morrer em paz
Lá estará na minha lápide tumular
A poesia que eu quiser
E essa poesia que será como eu quiser
Com as palavras que eu quiser
porque eu sou o poeta
E os poetas nunca erram de verdade
Porque sabem mentir
Eu quero a poesia como um enterro
Eu quero a vida e o zelo
Eu quero a maestria e o apelo
Eu quero teu corpo em pelo
poesia calma e e silenciosa como um lago que nunca morre
Eu quero uma poesia
Como a última de Bandeira
E que não haja mais nada ser dito
depois dessa minha poesia de lápides

Nada que eu possa amar

Nada que eu possa amar
9 de Agosto de 2007

A vida continua no mesmo lugar
A vida nua que sinto no ar
As verdades das coisas que calam nos meus sentidos
Não são exatas
O que finjo não é a verdade
e minha verdade não é real
a vida continua nua no mesmo lugar
A vida ainda não vale tanto para o homem
Nada que eu possa amar parece estar com a vida
Eu ouço tudo que posso
E vejo os homens
A vida prossegue nua no ar
como uma bailarina estrangulada

Eu não possuo grandes virtudes
Eu não sou poesia bela
Sou só o poeta que começa dizendo
que a vida está nua no mesmo lugar

nude

Josi Vice

kurt e courtney cobain

Se Kurt Cobain, era um pisciano triste e covarde eu era um libriano covarde, cheio de dúvidas e acnes, chorando por todos os lados ao ouvir músicas e ao assistir a filmes.
Eu era um garoto comum, sim, sensível demasiadamente talvez, já que um copo com água já era suficiente para formar uma tempestade e me sugar.
Eu já cheguei a urrar de desespero, já cheguei a chorar de medo, a tremer de desespero, a sorrir como se estivesse feliz, quando era só aquela velha agonia, a angústia adolescente. Uma dor de morte, que não mata.

Mas eu ainda sentia que estava vivo, apesar de sempre pensar que estava morto para os outros que eu ia assassinando também.
Pois eu sempre me afastei do que me machuca ou do que me faz machucar a mim mesmo.

josi vice

Poesia minha

Em retalhos
O amor nunca está completo
Cada vez mais pede um pedaço
Eu vou cedendo o espaço
O amor nunca me deixa completo
Vai fazendo de mim uma rede de retalhos
O amor nunca me deixou completo
Nunca cedeu aos meus caprichos
Eu que obedeço a sua trilha
O amor nunca me deu companhia
Pesam em minha lembrança as dores da paixão
O amor nunca me deu a mão
O amor nunca me fez completo
Sempre peço asilo
Sempre peço solidão
Tentando correr sozinho nessa vasta paisagem de desolação
O amor tirou e mim o perdão
O amor sempre apareceu com um nome de paz
Mas me deu selos de guerras
E me fez ver o novo mundo cedo demais
O amor me deixou em pedaços
Jogado ao mar
Meu corpo em sargaços

07:05 h.
04-01.2007

Bem alto

Quem sabe você não erre
Que sabe você não tropece
Eu só quero estar bem alto
Não como uma águia
Apenas como um sonhador
Bem perto do céu
Mas não o céu da igreja
Ou de qualquer religião
Quem sabe você é amado
Quem sabe você é perdoado
Eu só não quero cair
Quando estiver bem alto
Bem perto do céu
Ao descobrir que tudo é ilusão
E não poder suportar esse peso
Tudo era ilusão…
Bem alto e simplesmente pesado
Senti o vazio do ar
Em algum lugar perto de você
Bem alto, mas era ilusão.
Quando encontrei você
Oito de novembro de 2006

Assim que é

É assim que eu sou meu bem!
E se você me acha louco demais
Não ache que isso dói em mim
Porque quando você vier com aquela conversa
De querer dar um tempo em nós dois
Descobrirá que eu já acabei faz tempo
Eu não sou de esperar por meias verdades
Prefiro fumar o meu Marlboro
A chutar lata por aí
Não arrastarei pelos cantos o meu coração
Segurado por uma cordinha para vê se alguém apanha
Para que eu possa sentir alguém perto de mim
Eu não preciso de você aqui
Já enchi a cara, a ponto de esquecer de mim.
Estranhei todo mundo e hoje eu não estou afim
É assim que é!
Vou ouvir um pouco de Chico Buarque,
Sentar na calçada, igual à semana passada.
Como se não houvesse vida, para eu viver.
Lendo Ginsberg, e sabendo que antes do fim.
Vem um anoitecer

21/12/2006
8:10 h

Street Boy

Um garoto de calçada
Com aquela sabedoria de calçada
De sentir o vento levantando poeira
E de sorrir, vadio, entre os amigos.
Falando de qualquer coisa
Porque tanto faz
Eu ainda tinha um pouco de bondade
Hoje eu olho desconfiado
Antes eu simplesmente tinha medo dos que passavam
Hoje eu tenho raiva,
Receio, agonia e náusea.
Mas hoje eu não me iludo mais com aquele falso conforto
Eu sei que não vale a pena mais
Eu sei que é tudo falso
Que não há nada para mim
Mas ainda estou sentado
Incomodado, mas sentado.
Como se fosse algo satisfatório
Quando eu não me sinto nem sequer vivo
Mesmo ao seu lado

Único

Só um lugar para ler um bom livro
Redescobrir o prazer da leitura
Como antes
Que até no balanço do ônibus eu viajava
Para outros lugares
Como se não fosse parar mais de beijar aquelas palavras
Quero um lugar para poder sentir o prazer de um livro inteiro de Pessoa
De uma vez consumindo o meu ser
Longe da multidão
Escondido entre a vegetação de palavras
Entre os ramos secos, espinhosos.
E entre os ramos verdejantes de cada rima
De cada verso escrito e lido
Como se tudo fosse escrito a partir da minha leitura
Saudade de descobrir no mundo longe da carne o prazer do devaneio
Os pecados da carne somem diante do texto
Eu escrevo e sumo diante do papel
Ou da tela ou do livro que leio
Reescrevendo com minhas idéias
Com a tinta dos pensamentos

19 de dezembro de 2006

Âmago

Os insetos vão procurando a luz
Envovem-na, aquecendo-se
E vão morrendo aos poucos
Suas asas caem
Como as dos anjos caídos daquele céu de plástico
Os poetas são loucos que se alimentam de fantasia
Iludindo com palavras repetidas
Com frases que muitos escreveram de outra forma
Ser poeta é isso
Viver de correntes
Os poetas não têm razão
A única certeza é a do abraço do suicidas
Secos de vida e de luz
Como insetos e anjos caindo
As linhas vão aceitando os versos
Os olhos também e ou ouvidos
Um dia as asas dos santos serão erguidas aos céus.
Só uma certeza debaixo do sol:
A noite vem com se lençól fechar meus olhos
Frio…

19 de dezembro de 2006

Lembre de mim

A Cynnara James

Não mais escrverei que és bela
Escrever-te-ei mais que rima
Mais que vã sensação
O bom é viver o camonho
e se precisar de companhia
Sirva-se de minha presença
Já tens minhas orações de viva em paz
e fique bem
Em mim estás entre um beijo e um abraço
Entre o amor e o seu laço
Entre a bondade e um sorriso
Realmente me fazes sentir bem
És o motivo do meu sorriso mais bobo
Porém o mais feliz
Nas estante das minhas companhias
deixastes pouco espaço aos demais
não há mais espaço para quem quiser chegar
e ainda beijarei a tua boca
mesmo não sem do de bom tom roubar um beijo
Ainda te sentirei bem perto
ainda tirarei teu batom
e se for leviano
use a tua mão em meu rosto
Ainda beijo a tua boca
rio em minha visão
que chama outro rio
então lembrai de mim
Que boca!

Século errado para ser feliz

Sinto ser do teu desagrado
e é tão fútil a minha dor
Não h´aoutro desgraçado
mais contente por morrer de amor
se é para chorar, eu choro,
imploro, afogo
jogo pedras ao mar
Drummond e Cabral partiram para o céu dos poetas
e tenho pouco feijão a catar
Faço tudo o que psso para que a arte em mim possa provocar
Depois da porta vem o portão
e depois da vida vem o caixão
e não choro não
E minha mãe diz: ´´-Seja feliz!“
Oh, mãe…

O gato

O gato

Um dia eu caminhava e era noite, quando vi aquele animal desfigurado,preto,um gato… Não sabia o que fazer com ele parado diante de mim,lambendo suas feridas, então continuei a caminhar depois de hesitar um pouco, mas ele se impunha diante de mim. Não sei porque me tomou um grande ódio e tentei chutar o gato. Não consegui,ele não estava mais lá. Fui adiante no meu caminho olhando para trás com receio de estar sendo seguido. Para minha surpresa outro gato estava adiante,olhando- me. Peguei um pau que estava no chão e fui me aproximando.
Veio em mim a vontade de vingança para com esse gato, já que não conseguira maltratar o outro. Aproximei- me e quando tentei golpeá- lo. Ele reagiu saltando em meus braços. Fui mais rápido e com o pedaço de madeira o afastei violentamente. Correndo em seguida. Mais adiante um vulto… Era o primeiro gato que notei que estava ferido onde feri o segundo gato.
Nunca mais pude olhar um gato em toda minha vida. Quando avisto um sigo outro caminho, mas sempre, ao olhar para trás, há um gato golpeado e adiante há a imagem de um gato saudável e limpo que não sei como deixar longe de minha maldade.

Poetry

Menina

Parece que você bebeu demais
porque está sorrindo como nunca
Como se estivesse fazendo travessura
Porque geralmente você é a garota das lágrimas
A garota dos cortes
A garota, mulher, menina
Sempre querendo a revolta com um pouco de tristeza
Pedindo mais um copo de melancolia
Olhando a noite na lua
Senhorita dos olhos e cabelos escuros
Suportando segurar os muros
Para poucos chegarem a você
Porque não pode ser como você quer?
Descobrindo além de si
um pouco mais de como é ser mulher
Desejo, saudade, menina, fada
Nunca esqueci

Dedicado a Jaque

erotica

Nota de um vagabundo

Plantar os pés no chão
Descer da mente aos pés
Sentir como é ser portão
Levar-se por marés
Sentir o pó no nariz
Sentir ser feliz
Quando não se sente só
Foi a ilusão que me deu o nó
Estrangulando o meu coração
Foi hoje que eu senti a falta da magia
Parece que desistir já virou mania
E nem há algo em que eu possa acreditar
Eu desisti de mim no primeiro golpe de espada
Um dragão real cuspiria fogo
Fiz votos e não cumpri
Um homem honrado é sempre verdadeiro consigo mesmo
Por deus não vou ficar no teu mar
Não me acompanhe
Já não tenho mãos para levar alguém
É só a calçada em minha jornada
Eu já desisti de ser normal
Até que eu não fico tão mal

Anarkista

Não sei se me perdi
ou se foi o mundo que me reeducou
sei que já não sou mais aquele cara
que saía distribuindo cartas pedindo atenção
e quem sabe um novo amor
não sei se é melhor assim
ou se o de antes era melhor
sei que já não sou mais rei da dor
faço pose mas nem preciso
Para que fazer de mim um circo
se ser humano já é uma grande atração?

Um estranho no paraíso dos homens

Sou um ser que não encontra mais a verdasde diante do espelho
Sim sou um homem
Isso não me faz sentir humanidade alguma em mim
Não me faz sentir igual ao mendigo na rua
Ou ao grande irmão falando coisas na televisão
Com grande quantia para gastar
Não posso dormir em paz
Tenho grandes pecados para me acompanhar para sempre
A única certeza que tengho é que sou um ser
um ser maldito e injusto
Não sinto o gosto do sangue há muito
Não me lembro também do porque
fiz dos animais meus inimigos
Vago a sentir vergonha e dor
E ao mesmo tempo me sinto um deus
É engraçado mas não posso sorrir
Não caminho com sossêgo
Cada passo é um cansaço
Cada esquina é um tormento
Não me sinto igual diante desse desfiladeiro
É difícil para mim ver todo ssorrindo
Principalmente você
Eu não sou feliz
Adeus

autor: josi vice

Puta que pariu!!!

Puta que pariu!!!

Mãe, eu não quero crescer
Deixe- me em paz
Essa vida louca que não me deixa escolha do que fazer
Eu que não sei mais porque viver
Eu que esqueci até de deus
Eu que não me junto com mais com você
Eu que esqueci o que fazer
Puta que pariu!!!
Esses sentidos mentirosos que não me deixam lhe esquecer
essa loucura de sentir dor ao sentir prazer
esse mundo louco e eu aqui sem morrer
Eu já não sei o que será de mim
mas com certeza eu não vou mais deixar
Esse rock bom de ouvir
esse sono de parir mais um bom dia
Não me deixe feliz
Nem na hora de dormir
Essas palavras que não me deixam esquecer
Puta que pariu!!!
Parece que ninguém vê
Mas eu sei, eu já pirei
Foi o Rock´n´Roll

19 de agosto Josi Vice